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Escritório Online :: Artigos » Ensaios, Crônicas e Opiniões


Quem os advogados criminalistas defendem?

24/03/2005
 
Elias Mattar Assad



Os inscientes afirmam, constantemente, que os advogados criminalistas “defendem bandidos”, confundindo com os delinqüentes. Nesse delírio, fruto da desinformação, chegam a acenar com contribuição da Classe para a impunidade. Essa massa ignara apregoa que “as leis protegem os marginais...”

Antes da formatura, quando da opção por um ramo de direito, refleti muito sobre o papel de criminalista, debruçando-me sobre biografias de grandes advogados, consultando até a bíblia. Convenci-me que a mais nobre das tarefas que um advogado pode desempenhar é a advocacia criminal. Nela, trabalha-se com seres humanos e não se busca a defesa do patrimônio, do contrato, da herança, da dívida, do tributo, e sim, da liberdade e da honra – bens infinitamente mais preciosos! Sem estes, de que valerão os outros?

Quanto a pretender o “endurecimento do sistema”, recordemo-nos que a mesma lei que vier a não “proteger bandidos”, igualmente não protegerá as pessoas do bem. Se a lei é para todos, admitir ela, por exemplo, que a polícia possa livremente invadir a casa de alguém, que se imagina “bandido”, permitirá, na mesma proporção, com a relação aos demais... É uma equação dificílima de manejar. Daí as cautelas constitucionais e processuais penais ou “franquias democráticas”, das quais não se pode abrir mão sob pena de desertarmos do “estado de direito”, onde vigorariam imposições de vontades pessoais.

Proponho ao leitor um teste. Na obra norte-americana “The Supreme Court – Palladium of Freedom” – Alpheus Thomas Mason, inicia o autor com uma reflexão de Edmund Burke: “Para criar um governo não é necessário grande prudência. Estabeleça-se a sede do poder, ensine-se a obedecer e a tarefa estará concluída. Outorgar liberdade é ainda mais fácil, não exige guias, basta deixar as rédeas soltas. Para formar, contudo, um governo com liberdade, isto é, fundir estes dois elementos opostos – liberdade e restrição – em um conjunto consistente, exige meditação, profunda reflexão e uma mentalidade sagaz, poderosa e acomodatícia.”

Portanto, tente resolver isto que todos os estudiosos das leis e da política estão tentando. Por favor, ajude a Nação a encontrar esse novo “ovo de Colombo”, e você eternamente será lembrado. Se não conseguir, compreenda a dificuldade não criticando levianamente.

Na Bíblia encontrei: “não necessitam de médicos senão os enfermos...”. Assim ao observar um combativo advogado criminalista trabalhando, sabe o que ele indiretamente estará defendendo? Sua liberdade! Para não deixar o acusado, eventualmente, ruir ante prepotentes investidas. Tranqüilize-se! Pela Constituição Federal essa “partida”, no dizer de Luiz Flávio Gomes, felizmente começará sempre 1x0 para a defesa, ou seja : “todos são considerados inocentes até decisão judicial contrária...”

Se você ainda está “anestesiado” escudado na falsa premissa: “sou de bem, não vou precisar disto nunca...” saiba que noventa por cento das pessoas que procuram advogados criminalistas iniciam a conversa indignados e com essa mesma frase nos lábios. Hoje o outro, e amanhã?

Quanto a insensíveis, existem aqueles ainda que ouvissem, da boca de Cristo, o “Sermão da Montanha”, bocejariam e cochilariam. Para estes, recomenda-se: quando imaginarem que estão lutando contra um monstro, cuidado para não se transformarem em um...

Fonte: Escritório Online


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